terça-feira, 7 de junho de 2011

A Despedida de um ìdolo

Como muitos outros tantos, Ronaldo de Souza Nazário começou assim o jogo, condenado pelas estatísticas sociais e atrás na corrida da vida pelo corpo frágil. Razões de sobra para incertezas. Ainda que as carências batessem na porto no final do mês, alguma coisa deveria ser feito para tornar possível o sonho do menino.

E assim foi feito, como num roteiro conhecido e nem por isso menos cinematográfico. As lembranças mais felizes vinham dos campos.

Logo as façanhas do menino que assombrava os campinhos de Bento Ribeiro foram rompendo os limites da bola. Os tempos seguiam duros para os Nazários Ronaldo chegou a treinar no Flamengo, mas por falta de dinheiro para pagar quatro conduções ele começou a carreira no São Cristóvão.

Nascia um mito. De gol em gol mais fronteiras eram cruzadas. O mito crescia. Quando toda a responsabilidade do mundo recaia sobre as costas do ex-atacante do São Cristóvão ele puxava na memória o arquivo de tudo que passará para estar ali. Todos os olhos do mundo para sua direção. E dai? O mundo aos seus pés, e daí? Os olhos para os quais todos os olhares convergiam olhavam para trás, no filme, toda uma vida. Os personagens? Todos os companheiros na longa jornada, cúmplices na aventura de nascer pobre no Brasil, viver e vencer. Fazer para eles, por eles.

Em 1994 ele foi campeão da Copa do Mundo nos Estados Unidos, feito repetido em 2002 na Alemanha.

Sua carreira também foi marcada por sérias lesões em seus dois joelhos. Fatos que fizeram a mídia mundial duvidar de sua volta aos gramados. Mas ele o fez e em grande estilo. Em 2011 depois da eliminação precoce na Libertadores ele anunciou sua aposentadoria. Mas faltava o ultimo ato, o “Gran finale”, a despedida da seleção. Fato que vai ocorrer daqui instantes. E ai pronto. Não vai faltar mais nada. A obra vai estar pronta.

Ia me esquecendo. Obrigado Ronaldo por mostrar a todos os brasileiros que somos capazes de superar qualquer coisa e que somos melhores que qualquer um. E só perdemos para nós mesmos...

Por Leandro Aguilar

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